sexta-feira, 25 de março de 2011

Sem vaga de deputado, Ságuas quer voltar à Seduc e contornar crise

Dois dias depois da sinalização para perda do seu mandato de deputado federal, Ságuas Moraes começa a se articular na esperança de voltar ao comando da Educação, detentora do maior orçamento e com mais servidores das 23 secretarias da máquina do governo estadual. A corrente petista da qual fazem parte Ságuas e os ex-deputados federal e estadual, respectivamente, Carlos Abicalil e Alexandre Cesar, criaram ambiente favorável para o ex-secretário entrar em ação. Orientaram a secretária Rosa Neide a aproveitar o momento de crise que eclodiu com a decisão da Assembleia Legislativa de fazer uma devassa na Seduc e colocar o cargo à disposição. Rosa assim o fez.
O grupo vai agora pressionar o governador Silval Barbosa para renomear Ságuas no primeiro escalão. O petista respondeu pela secretaria por mais de 3 anos no governo Blairo Maggi. Nesse ínterim, sua vaga na AL foi ocupada por Alexandre. A mesma corrente petista, capitaneada por Abicalil, emplacou a então adjunta Rosa Neide como titular.
Por causa de indícios de irregularidades na Seduc, dona de um orçamento anual de R$ 1,3 bilhão e com mais da metade dos quase 100 mil servidores, Rosa mandou avisar ao Palácio Paiaguás que não desejar continuar no cargo. Teme que "bombas" de gestões passadas, inclusive do período em que Ságuas respondeu pela pasta, venham explodir em sua administração, já que os deputados resolveram agora fechar o cerco contra setores do governo, com trabalho de fiscalização numa linha mais dura.
O retorno do ainda deputado ao Executivo seria também uma forma de se "autoblindar". Ex-prefeito de Juína por duas vezes e ex-deputado estadual também por dois mandatos, Ságuas possui habilidade política e boa relação com a maioria dos parlamentares. Assumindo a Seduc, ele próprio atuaria como bombeiro para apagar incêndio e não deixar a Assembleia queimar o governo e sua gestão.
Ságuas vai perder a cadeira de deputado federal por causa da decisão do Supremo Tribunal Federal, que transferiu para as eleições de 2012 a validade da Lei da Ficha Limpa. Por causa disso, 13.289 votos de alguns candidatos enquadrados como fichas sujas e que estavam sub judice passam a ter validade, o que provoca dança das cadeiras devido ao quociente eleitoral. Entra na vaga o tucano Nilson Leitão. O petista "dançou". O Tribunal Regional Eleitoral vai se pronunciar sobre o assunto na próxima semana.
Romilson Dourado

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