sexta-feira, 29 de abril de 2011

MP quer ação para anular lei do zoneamento em Mato Grosso

Um grupo de trabalho, formado por representantes do Ministério Público Estadual, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e entidades não-governamentais, vai elaborar um estudo técnico sobre o a lei do zoneamento, recém sancionada pelo governador Silval Barbosa. O trabalho servirá de subsídio ao MP para a propositura de ação civil pública, com pedido de liminar, visando a anulação da referida lei.
 
De acordo com o promotor de Justiça Domingos Sávio de Barros Arruda, a previsão é que a análise seja concluída no prazo de 10 dias. O Ministério Público Estadual já requisitou da Casa Civil cópias dos anexos do zoneamento que incluem mapas em meio físico e digital. "A partir desse material será feito um estudo que servirá de base para ingressarmos com as medidas judiciais cabíveis visando a anulação da lei", adiantou o promotor de Justiça.

Segundo ele, antes mesmo de uma análise mais criteriosa, já é possível verificar alguns pontos questionáveis no zoneamento. Como exemplo, ele citou a autorização para plantio de cana-de-açúcar na Bacia do Alto Paraguai e na Floresta Amazônica e a flexibilização na recomposição da reserva legal.

O promotor de Justiça explicou que a intenção do Ministério Público é conseguir a anulação dos efeitos da lei antes mesmo dela ser encaminhada para análise do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e Comissão Nacional de Zoneamento. Esclareceu ainda que no Conama somente serão verificadas as situações referentes à flexibilização da reserva legal. Já na Comissão Nacional de Zoneamento será analisada a possibilidade de inserção do zoneamento de Mato Grosso no macrozoneamento do Brasil para que o Estado possa ser beneficiado com políticas públicas federais.

"Dificilmente, o zoneamento de Mato Grosso será referendado tanto pelo Conama, no aspecto que lhe cabe analisar, como pela Comissão Nacional do Zoneamento", afirmou Arruda. Segundo ele, se o governador tivesse consultado a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) antes de sancionar a Lei, certamente, não haveria sancionado. "Ele, sabia, de antemão, que os técnicos da Sema não avalizariam esse absurdo e, por isso, preferiu não ouvi-los", finalizou.

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