“Ridícula”. Assim foi classificada a proposta salarial que o Governo do Estado encaminhou por e-mail para o Sindicato dos Investigadores e Escrivães da Polícia Civil. “Falta de respeito. O governador não quis nem conversar com a Comissão de Negociações e mandou uma proposta que não será aprovada na assembléia Gerald e hoje”, alerta o investigador Cledison Gonçalves, presidente do Sindicato. E a situação pode ficar ainda pior. Soldados, cabos e sargentos da Polícia Militar também estão em “pé de guerra” por melhores salários.
Ou seja, a partir da meia noite desta quarta-feira (20), investigadores e escrivães vão voltar a cruzar os braços em mais uma paralisação da Polícia Civil. “Não temos outra alternativa que não seja parar. O governou prometeu uma coisa para suspender a grave e agora fez outra coisa. Por isso a greve será inevitável”, conta Gonçalves.
José Trindade
Segundo o presidente do Sindicato, os policiais queriam R$ 6 mil em início de carreira e R$ 10 mil no final de carreira, igual recebem hoje os peritos criminais. O Governo e prometeu R$ 3,5 mil para iniciantes e R$ 10 mil para os policiais de final de carreira. Os policiais civis aceitaram e pararam uma greve que já durava 13 dias. Só que, na hora de homologar as promessas, o governo recuou e pediu um tempo.
O tempo passou e agora o governo mandou um e-mail com a proposta de 10% de aumento agora, e os reajustes menores do que o acertado durante o final da greve. Aumentos que só iriam chegar a metade do que os policiais pediram em 2014.
“Isso é um absurdo. O governo prova que não respeita a sociedade, que mais uma vez vai ficar sem segurança, que normalmente já é capenga por falta de policiais. Vamos parar, sim, pois a categoria não vai aceitar essa proposta ridícula”, avisou Cledison Gonçalves.
“Isso é um absurdo. O governo prova que não respeita a sociedade, que mais uma vez vai ficar sem segurança, que normalmente já é capenga por falta de policiais. Vamos parar, sim, pois a categoria não vai aceitar essa proposta ridícula”, avisou Cledison Gonçalves.
Com uma paralisação confirmada da Polícia Civil, paralelamente os praças da Polícia Militar também se mobilizam na tentativa de aumentar seus vencimentos. Caso isso aconteça, a violência em Mato Grosso, que já é uma das mais altas do Brasil pode chegar a um estado de calamidade pública.
Como por lei a Polícia Militar não pode parar, a intenção é usar as mulheres dos policiais militares como aconteceu em outras paralisações, ou iniciar uma “operação tartaruga”, que consiste em atender as ocorrências, mas fazer com elas demorem tanto, que provoque reclamações, inclusive pela imprensa.
“Vamos tentar chamar a atenção do governo de alguma forma. Só alertamos que quem está segurando a violência, mesmo que precariamente, é a Polícia Militar, pois a Polícia Civil ainda tem menos homens ainda nas ruas e nas investigações. Caso contrário Mato Grosso já seria, com certeza o Estado mais violento do Brasil”. O alerta é de uma policial militar que pediu para não ser identificado.
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