terça-feira, 31 de maio de 2011

Artigo - TOLERÂNCIA OU SUBMISSÃO?

Assistimos atônitos, embaraçados e confusos, uma veloz invasão na nossa moral média do mais escrachado exibicionismo de pessoas cujo comportamento, até um saudoso e recente passado, era discreto e evitado em público. Em razão da moral média vigente as pessoas ainda sabem identificar o certo do errado. Consideramos como sendo errado tudo aquilo que, de certa forma, não é bem aceito pelo nosso senso comum. 

Pois bem: os drogados, homossexuais, políticos corruptos, agricultores sem vocação, prostitutas, menores delinqüentes e outras categorias continuam, pelo senso comum, a não serem bem aceitos pela moral média, que ainda preza a ascensão social exclusivamente pelo mérito, empreendedorismo no trabalho lícito e cumprimento dos demais deveres pessoais, familiares e sociais. Entretanto, em nome do princípio da tolerância e da igualdade, passou a ser considerado politicamente incorreto chamar aqueles grupos pelas suas tradicionais nominações e bem assim discriminá-los ou expor de modo vexatório sua condição.  E isso é bom, no sentido em que se coíbem os atos de selvageria e incivilidade contra membros desses grupos (agora eufemística e respectivamente denominados “dependentes químicos”, “optantes sexuais”, “rouba mas faz”, “sem terra”, “profissionais do sexo”, “sem afeto familiar” e, de forma genérica, a falácia das “minorias marginalizadas por uma elite insensível”).
          
  Mas, infelizmente, temos confundido tolerância com submissão. E aí é que a coisa desanda.

            Ser tolerante é ter “tendência a admitir modos de pensar, de agir e de sentir que diferem dos de um indivíduo ou de grupos determinados, políticos ou religiosos”. Ser tolerante implica, pois, em viver em harmonia com aqueles que pensam, agem ou sentem de forma diferente aquilo que pensamos, fazemos ou sentimos. Ou seja: cada um no seu espaço, respeitando o espaço do outro, sem intervenções negativas.  

            Já a submissão é o “ato ou efeito de submeter-se a uma autoridade, a uma lei, a uma força; obediência, sujeição, subordinação; disposição para aceitar um estado de dependência; docilidade; estado de rebaixamento servil; humildade afetada; subserviência”. Ser submisso implica em submeter-se docilmente, sem contestar ou reclamar quando nossa sala de estar, através da televisão, é escandalosamente invadida por cenas ou notícias em que membros daqueles grupos propagam e exercitam sua auto-intitulada liberdade e reclamam seus “direitos”.  E nada fazemos. Ou seja: essa submissão é tudo de ruim, pois aniquila a vontade e nos torna impotentes diante dos fatos que, embora tenhamos de tolerar, pois eles existem e neles há seres humanos envolvidos, também escandalizam aos mais velhos, agridem nossa moral média vigente, desorientam nossos filhos e ameaçam todas as instituições benévolas que a civilização levou séculos para construir. 

            Por isso se diz que vivemos sob uma “ditadura das minorias”, onde aqueles que começaram reivindicando tratamento igual e respeitoso (e, por justiça, conseguiram), agora exigem e recebem de parte do poder público tratamento diferenciado e superior ao tratamento dispensado aos demais, ao argumento de compensação por alegadas mazelas históricas mas, na verdade, almejando apenas serem membros da “elite” que tanto dizem ser a causadora de seus males. Ou será que agora ser branco, homem, heterossexual, formação escolar adequada, vida econômica equilibrada e batalhador lícito na vida (o que chamam de “elite”) passou a ser defeito?

            Entendo que é hora das “não minorias” nos levantarmos e exigirmos, também para nós, tratamento adequado. Ou seja: tolerância e respeito mútuo sim; submissão, não.
_________________________________
 
De Gilmar da Cruz e Sousa, advogado em Juína-MT – email gcruz@juina-fox.com.br, especialmente para o JNMT

Acesse o blog do Dr. http://blogdrgilmar.blogspot.com/

Um comentário:

  1. Concordo inteiramente com o Dr.Gilmar. Estão nos "bombardeando" de todos os lados:governo,ongs, deputados, senadores e principalmente a mídia, onde só falam em homofobia, direitos dos GBLTs, etc...
    As familias(pai,mãe e filhos)estão sofrendo ataques constantes, taxados de homofóbicos, preconceituosos, caretas,e tudo mais.Jovens têm vergonha de dizer que são virgens, que não bebem, que frequentam a igreja.Se um homem não adultera, é inrustido, se são crentes então...
    A sociedade está fazendo o caminho inverso, voltamos à Sodoma e Gamorra.

    ResponderExcluir

Lomadee, uma nova espécie na web. A maior plataforma de afiliados da América Latina.