segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Logística: Falta de manutenção nas estradas prejudica pecuária em MT

De acordo com a Famato, Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso, a falta de manutenção e pavimentação das vias de escoamento tem prejudicado o transporte de bovinos no Estado. Há casos em que a redução sobre abates chega a 30%. O percentual chama a atenção quando se considera a situação peculiar da bovinocultura mato-grossense que contabiliza mais de uma dúzia de frigoríficos fechados nos últimos dois anos em decorrência da crise financeira de 2008.

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Segundo Rogério Romanini, diretor de relações institucionais do Sistema Famato, "os bovinos prontos para o abate, situados nos pontos críticos do trecho de aproximadamente 90 km da rodovia MT 247, entre os municípios de Barra dos Bugres e Lambari D´oeste, são destinados às plantas dos frigoríficos Navicarne, Marfrig, Friboi e da Perdigão. O frigorífico é o responsável por retirar o gado da fazenda, se as estradas dificultam o acesso não há interesse em negociar".

Na região que compreende 12 municípios, a arroba bovina está cotada em média a R$ 92,76 e a estimativa é de que haja um plantel de pouco mais de 1,2 milhão de cabeças espalhadas em 5,2 mil propriedades. De acordo Fabion Almeida, gerente de compras de bovinos do Marfrig, o período de chuvas reduziu em torno de 30% o número de abates de bovinos oriundos daquela região.

Em Mirassol D`Oeste, 360 quilômetros ao oeste de Cuiabá, o responsável pelas compras de bovinos da Perdigão, Charles Jean, informou que as compras da empresa na região, que em média chegava a ser 20% do total de bois adquiridos, também estão prejudicadas. "Não estamos comprando nada daquele local, está impossível transitar". Na região de Juína, 735 quilômetros ao noroeste da capital, onde o frigorífico Tucura trabalha em média com 750 cabeças/dia, a situação é ainda pior, de acordo com Adailton Moreira, presidente do sindicato rural, muitas estradas estão intransitáveis devido às fortes chuvas dos últimos dias.A via que liga Juína a Aripuanã pela Serra Morena, por exemplo, ficou fechada durante toda a última terça-feira, 22.

A famato alerta que estas dificuldades no transporte podem provocar contusões na carcaça que gera prejuízos ao produtor. O estresse, pela demora na chegada do animal ao frigorífico acarreta ainda em problemas na qualidade da carne, principalmente à maciez e conservação do produto final.

Diário de Cuiabá

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